Carla Zambelli na lista da Interpol – A Verdade por Trás das Notícias

06062025 Carla Zambelli na lista da Interpol

A recente inclusão da deputada federal Carla Zambelli na lista da Interpol, anunciada em 5 de junho de 2025, gerou ampla repercussão na mídia e nas redes sociais. A decisão, tomada a partir de um pedido da Polícia Federal (PF) e respaldada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), coloca Zambelli na lista de foragidos internacionais, tornando-a procurada em 196 países-membros da organização.

A Lista Vermelha ou Difusão Vermelha da Interpol é um mecanismo de cooperação internacional que permite às autoridades policiais de diferentes países solicitar a localização e detenção provisória de indivíduos procurados, aguardando extradição ou medidas legais similares. É importante destacar que a inclusão na lista não equivale a uma ordem de prisão internacional automática, mas sim a um pedido de colaboração entre as forças de segurança dos países membros.

Antes de tudo, é preciso entender o que realmente significa uma Red Notice (Notificação Vermelha) da Interpol:

  • Não é um mandado de prisão internacional.

  • É apenas um pedido para que autoridades policiais localizem e detenham provisoriamente uma pessoa a pedido de um país membro, aguardando extradição ou medidas legais similares.

  • A maioria das Red Notices é restrita a uso policial e não aparece publicamente.

  • Apenas alguns extratos são divulgados se o país solicitante achar necessário – por exemplo, se o indivíduo representar um risco à segurança pública ou se houver apelo por ajuda na localização.

O Caso de Carla Zambelli

A deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), foi condenada em maio de 2025 a 10 anos de prisão pelo STF por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um episódio ocorrido em janeiro de 2023. Após a condenação, a deputada deixou o Brasil, inicialmente anunciando destino à Itália, mas posteriormente sendo localizada nos Estados Unidos. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou sua prisão preventiva e solicitou sua inclusão na Difusão Vermelha da Interpol. (pt.wikipedia.org)

Acessando o site oficial da Interpol, não há registro do nome de Carla Zambelli na lista pública de procurados. Isso significa que:

  1. Ou o Brasil não pediu a divulgação pública (o que é comum, já que a maioria das notificações é interna).

  2. Ou a notícia foi divulgada de forma exagerada, confundindo um pedido de cooperação policial com uma “ordem de prisão internacional”.

Aspectos Jurídicos e Políticos

A decisão de incluir Zambelli na Difusão Vermelha da Interpol segue os trâmites legais estabelecidos pela organização, que exige que os pedidos de inclusão não tenham motivação política, religiosa, racial ou militar. O pedido foi aprovado por um conselho sediado em Lyon, na França, conforme o artigo 3 da Constituição da Interpol.

No entanto, a repercussão midiática e política da medida tem sido intensa. Alguns veículos de comunicação destacaram a inclusão de Zambelli na lista de foragidos internacionais, enquanto outros questionaram a interpretação e a divulgação pública da informação. É importante ressaltar que a inclusão na Difusão Vermelha não implica em uma condenação definitiva, mas sim em um pedido de cooperação internacional para localização e detenção provisória, aguardando os trâmites legais de extradição.

Sensacionalismo ou Verdade?

Enquanto a esquerda comemora a suposta “caçada internacional” a Zambelli, a realidade é mais complexa:

Se houver um pedido da Interpol, ele pode ser restrito (não público).
Isso não significa condenação ou prisão automática – depende da Justiça brasileira e de outros países.
A mídia pode estar usando termos alarmistas para criar narrativa política.

Conclusão

A inclusão de Carla Zambelli na lista da Interpol é um reflexo do processo jurídico em andamento e da cooperação internacional no combate a crimes transnacionais. Embora a medida tenha gerado discussões políticas e midiáticas, é fundamental compreender os aspectos legais e processuais envolvidos, evitando interpretações precipitadas ou sensacionalistas.

Fica a pergunta: Por que não esperaram a confirmação pública antes de noticiar como se fosse uma sentença definitiva? A verdade é que, até agora, Carla Zambelli não aparece na lista pública da Interpol. E isso muda tudo.

Foto: Allan Peixoto/IA

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