O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), tem se posicionado publicamente contra o programa de bolsas de graduação oferecido pelo município, alegando gastos desnecessários e falta de critérios claros na seleção dos beneficiários. No entanto, levantamentos recentes apontam que dois sobrinhos de um aliado político do prefeito estariam entre os contemplados pelo auxílio.
O programa, que tem como objetivo custear cursos superiores para estudantes de baixa renda, foi alvo de críticas pelo chefe do Executivo, que afirmou em entrevista: “Precisamos priorizar investimentos em áreas essenciais, não em projetos sem transparência.” A declaração gerou reações, especialmente após a descoberta de que parentes de um político próximo ao prefeito foram beneficiados.
A reportagem apurou que os dois sobrinhos do aliado estariam incluídos na lista de aprovados, levantando questionamentos sobre os métodos de seleção. A prefeitura afirma que o processo segue critérios técnicos e que todos os beneficiários passaram por análise socioeconômica. No entanto, não foram divulgados detalhes sobre os requisitos ou a pontuação dos selecionados.
Especialistas em políticas públicas questionam: se o programa é alvo de tantas ressalvas por parte do prefeito, por que não houve uma auditoria mais rigorosa antes das críticas? E, diante da participação de familiares de aliados, seria possível garantir isenção no processo?
A oposição cobra explicações formais, enquanto defensores do programa argumentam que o benefício é legítimo e atende a jovens em situação de vulnerabilidade. A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o caso específico dos sobrinhos do aliado.
A situação deixa em aberto: haveria um conflito de interesses nas críticas ao programa, ou a inclusão dos familiares seria apenas uma coincidência? A falta de transparência nos critérios alimenta o debate sobre o uso de recursos públicos.